"Expulsos à força da Polônia." Ucrânia muda lei sobre deportados

A Verkhovna Rada, o parlamento ucraniano, reconheceu na quarta-feira como deportados os cidadãos que foram deslocados à força da Polônia (República Popular da Polônia) após a Segunda Guerra Mundial. A lei aprovada garante a esses indivíduos ou seus familiares uma indenização do Estado na forma de um pagamento único de auxílio financeiro.
A nova lei altera a lei de 2014 sobre a restauração dos direitos de pessoas deportadas por motivos étnicos. A lei de 2014 definiu deportação como "o reassentamento forçado, por razões de nacionalidade, de nações, minorias nacionais e pessoas de seus locais de residência permanente com base em decisões tomadas por autoridades estatais da ex-URSS ou repúblicas da União". A lei agora acrescenta que essa definição também se aplica àqueles reassentados à força da Polônia , "inclusive sob acordos internacionais entre a URSS e a República Socialista Soviética da Ucrânia (República Socialista Soviética da Ucrânia — PAP), que fazia parte da União Soviética, com a Polônia nos anos de 1944 a 1951".
A versão anterior da lei afirmava que a Ucrânia considerava as deportações realizadas com base em decisões das autoridades da então URSS e das repúblicas da União como "atos ilegais e criminosos". Esta seção foi alterada para listar também as decisões tomadas sob acordos internacionais entre a URSS/URSS e a Polônia entre 1944 e 1951.
A lei afirma que se aplica a "pessoas que foram reassentadas à força nos anos de 1944 a 1951 como pessoas de origem étnica ucraniana" e que esses reassentamentos foram acompanhados pelo confisco de propriedades e pela restrição de direitos políticos, sociais, econômicos e culturais.
Dados no site da Verkhovna Rada mostram que as mudanças vêm sendo consideradas pelo parlamento desde 2019.
Em 9 de setembro de 1944, o governo do Comitê Polonês de Libertação Nacional (PKWN), imposto à Polônia por Josef Stalin, assinou um acordo de troca populacional com o governo da República Socialista Soviética da Ucrânia (URSS), prevendo a saída voluntária de ucranianos da Polônia. Um ano depois, em setembro de 1945, três divisões do Exército Polonês começaram a expulsar à força a população ucraniana. Essa operação foi realizada de forma brutal. O professor Jan Pisuliński, autor da primeira monografia sobre a deportação de ucranianos poloneses para a URSS, estimou em 2017 que, entre 1944 e 1947, quase meio milhão de ucranianos deixaram 22 condados no sudeste da Polônia, dos quais um quarto de milhão foram deportados à força. (PAP)
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